Jacques Klein nasceu em Aracati no dia 10 de julho de 1930, filho de Alberto Jacques Klein, comerciante, e Gasparina Pinheiro Klein.
Faleceu em 23 de outubro de 1982, aos 52 anos, vítima de câncer, no Rio de janeiro.
Sua vocação musical manifestou se muito cedo. Era um garoto dotado de um esplêndido “ouvido musical”, destacando se nas aulas de música e mostrando um apurado gosto musical.
Até os 18 anos, Jacques dedicou se ao estudo do jazz, tendo inclusive feito algumas gravações desse estilo musical em disco de 78 rpm.
No ano de 1949, foi para os Estados unidos com a firme intenção de estudar música clássica. O seu primeiro contato profissional aconteceu com o legendário músico norte americano Art Tatum, que, impressionado ao vê-lo tocar jazz em Nova Yorque, fez lhe o convite para tocar como profissional em sua banda. Jacques manteve se firme na sua decisão de estudar clássico e não aceitou o convite do músico famoso. Antes, ainda no Brasil, chegou a prestar exame vestibular para Direito, na PUC, obtendo o 5° lugar, mas optou por seguir os caminhos da música, atraído pelos maviosos acordes do piano. Durante um certo tempo, alimentou a idéia de dedicar se à diplomacia, carreira que encantava a família, mas seus rápidos progressos no estudo musical o fizeram desistir dessa idéia.
Seu grande momento internacional aconteceu em 1953, em Genebra, na suíça, quando conquistou, com méritos, o 1° lugar no concurso Internacional para pianistas. Na época, era esse o mais importante concurso em todo o mundo e, depois de muitos anos, um pianista veio a conquistar o primeiro luar na competição. Nos anos anteriores, não havia sido conferido o primeiro lugar a nenhum concorrente. O melhor ficava com a 2ª colocação, de acordo com o julgamento dos juízes do concurso.
A partir dessa conquista, sua carreira na Europa tomou rumos de grande sucesso. Era um pianista admirado em todo o velho Continente e, em Viena, na Áustria, terra de grandes músicos, Jacques Klein chegou a ser comparado a Horowitz e Rubinstein, na época, os grandes nomes da música clássica, suas apresentações eram concorridíssimas, grande público se aglomerava à porta das casas onde se apresentava na Europa e rendiam homenagens ao músico aracatiense. Inúmeras foram as condecorações a ele conferidas. O Governo inglês, por exemplo, outorgou lhe a medalha Harriet cohen, uma das maiores comendas daquele país. Quando de sua estréia nos Estados unidos, em 1959, a crítica o considerou como um dos maiores pianistas “não só de sua geração, mas também da geração que o precedeu.”Na ocasião, Jacques Klein foi considerado superior a Emil Gilels e Van Cliburn, este último um ídolo americano porque vencera o concurso de Moscou.
Jacques Klein foi solista das mais importantes orquestras mundiais e realizou importantes ciclos de concertos, como o das 32 sonatas para piano de Beethoven. Durante alguns anos, participou da direção da orquestra sinfônica Brasileira e ocupou o cargo de Diretor da sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, onde realizou uma administração exemplar. Foi também excelente músico de câmara, tendo tocado inúmeras vezes no Brasil e na Europa com o grande violonista italiano Salvatore Accardo. Jacques Klein destacou-se ainda como professor, dando enorme contribuição para a formação de famosos pianistas, como Nelson Freire, Arnaldo Cohen, Luiz Fernando Benedini, José Henrique, Edson Elias, Sônia Goulart e João Carlos Assis Brasil, entre tantos outros.Em seus últimos anos de vida, incansável e sempre otimista, alternava períodos de internação hospitalar com sérios concertos e recitais, um mês antes de sua morte, ainda reuniu forças para ser solista, no Rio de Janeiro, da orquestra de câmara de Moscou.
Jacques Klein ainda é o maior nome da expressão musical clássica brasileira na Europa.
Jacques Klein e Ezequiel Moreira no Teatro Cultura Artística – São Paulo/SP.Na foto do vídeo é o Zequinha de Abrel ou Ezequiel Moreira.
Jacques Klein e a pianista brasileira Guiomar Novais