domingo, 30 de maio de 2010

Moleque traquino

Oh,seu Justino
mandei meu menino
pro mode comprá,
um quilo de farinha, pra nóis armoçá.

Já faz mais de uma hora
que mandei ele correndo,
e não sei o que é dele agora,
e estou quase morrendo.

Tenha carma seu Raimundo,
não tem bada nesse mundo
do que ter pasciência,
entonce lhe digo com consciência.

Seu moleque saiu
que nem vento pegava,
ainda pra mim sorriu,
dizendo que seu pai lhe esprava.

Saiu de porta a fora
gritando: - vou embora
com um quilo de farinha
que na sua casa não tinha.

Num se avexe não,
e nem fique aflito,
sucegue o coração,
esse bicho esquisito.

Seu Justino até mais vê,
foi bom mesmo saber
do meu Severino,
aquele moleque traquino.

Manuel Lima

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