Valei-me minha nossa Senhora
nessa hora de aflição,
não sei o que é de mim agora
e toda minha famiação.
Meu sertão tá ameaçado
e toda minha prantação,
não tenho mais roçado
nem mio e nem feijão,
morreu todo o meu gado
o meu último quinhão.
Só te peço minha santinha
que nesse momento de dor
faça cair um chuvinha,
e nessa terra nascer fulô.
Sei que um homem com pecado
só procura a salvação
quando vê tudo acabado
rezando ligeiro uma oração.
Sei que fome e seca não combina,
pode atá ser minha sina
viver nesse torrão.
Aqui termina
a minha humilde oração,
enxugando oios com a manta
e suplicando a minha santa,
mãe do meu sertão.
Manuel Lima
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