terça-feira, 20 de julho de 2010

O teatro é transformador!


Na cena o Grupo Lua Cheia de Teatro de Aracati-Ceará,que em maio de 2007 invade o Largo da Ordem, cidade de Curitiba,onde acontece uma movitada feira nos mais diversos artigos.Ocasião que participou da Vírgilia Internacional da AIDS.

Foto:Douglas Miranda
Saiba mais como Douglas e seus amigos ajudam as pessoas que estão com soro positivo,
a se recuperarem e levarem uma vida normal, visitando o sitio:www.grupoamigos.com.br
ou mande uma mensagem pelo e-mail:grupoamigosctbapr@hotmail.com

À Sombra de Uma Árvore

Meu coração se enche de luz a olhar as maravilhosas árvores que o criador plantou. E diante dessa imensidão quero dizer que desejo à sombra de uma árvore que dá abrigo, e não nega o repouso a quem se sente afrontado e cansado após enfrentar um sol escaldante.
Então, debaixo desta árvore abro os braços, sinto a brisa bater na minha face e digo: se é a mim, e a outros que dais abrigo, de certo modo procuro compreender, e não excluir o ombro que pode amparar-me para dar apoio. Assim, neste momento de reflexição e ordenamento de minha alma, empreste-me o teu ouvido, e a tua paciência, porque o teu coração, concertesa consegui chegar e fazer com que ele esteja voltado, não só para mim, mas para todos aqueles que a sociedade os despreza.
O teu colo amigo, é minha casa, a tua generosidade o irmão que me faz esquecer os problemas. Quanto ao teu calor humano posso dizer que é a cama na qual eu repouso e adormeço, no cansaço de um “NÃO” duro e cruel pelo desprezo da sociedade.
Eu não tenho culpa de ser o fruto podre que a sociedade e a comunidade plantaram e tão pouco quiseram colher. Também quero indagar: o que quer dizer fraternidade? Será que fraternidade é sinônimo de desprezo? Creio que não, creio que ser fraterno é fazer um gesto de amor, de ajuda mútua e carinho. Compartilhando as nossas virtudes na sensatez que há em todo cristão.
Nossa história amigo, não é uma fábula, muito menos literatura criada, mas uma história real, diante do que o homem foi predestinado. E a vida que tenho não foi inventada por mim, e sim, escrita a partir dos preceitos de minha família.

Manuel Lima

Charlotte, uma pata sonhadora

Charlotte é uma pata que nasceu com uma plumagem muito bonita, ela vai do azul-marinho, e o branco por volta de suas asas, no pescoço um preto aveludado com cinza. É uma pata sonhadora e aventureira, nasceu no Sitio Sonho Encantado, uma propriedade do senhor Joaquim Gonçalves, este lugar é tranqüilo e afastado da cidade, longe da poluição, onde respirar ar puro é ter saúde.
Sua história começa assim: certa vez a mãe de Charlotte, a dona Zanú começou a botar ovos, e acarinhando dizia.
- Agora eu vou ter os meus filhotes como sempre sonhei. Farei um bom ninho para esquentá-los e ficarei até que eles possam nascer. Assim fez dona Zanú, como toda mãe dedicada, passou dias e dias protegendo os ovos. Até que finalmente o dia chega,e os patinhos começam a bicar os ovos,crac...crac...crac...com este afloramento da vida dona Zanú enchia seu coração de felicidade.
Dessa gostosa paixão de mãe nasceram quatro patinhos, e entre os quatro, havia uma linda patinha, que logo foi chamada de Charlotte. O que dona Zanú não imaginava e muito menos esperava era a reação desequilibrada do senhor Joaquim Gonçalves, em tirar os patinhos debaixo de suas asas. Mas como toda boa mãe, e guerreira, dona Zanú se armou com palavras para defender os seu filhotes e impedir que ele os tire, e faça uma maldade descabida.
Ele se aproxima com cara de mal. Fica calado se torcendo de um lado para outro. E dona Zanú meio desconfiada diz.
- Por favor, senhor Joaquim, não leve os meus filhotes, eu sonhei muito, mas muito por este momento. Agora quer arrancá-los de mim. Como se atreve a fazer esse ato desumano? Ele em cóleras olhou firme nos seus olhos e começou a vomitar palavras de desagravo.
- Olha aqui, sua pata velha!... Você pode gritar, chorar e até espernear, que eu vou tirar eles sim! E não esqueça que eu já fiz muito por você.
- Não, não é por mim, é pelos os meus filhos. E o senhor não tem o direito de fazer isso, eu sempre ouvi o senhor falando pelos quatro cantos desse sitio.” Eu amo a natureza,ela é minha vida.” Como pode abrir a boca pra falar que ama a natureza e agora quer destruí-la?
- Há momentos na vida que a gente enjoa rápido, pouco devemos gostar.
- Será que gostar é destruir o que chamamos de preservar? Não, isso não conta! Quem ama cuida, e quem cuida, zela pela sua vida, e a do seu próximo.
Por uns instantes o senhor Joaquim Gonçalves ficou em silêncio, baixou a cabeça e lembrou-se da grande bobagem que ia fazer com uma de suas criaturas.
- Peço que me desculpe, só agora me dei conta que estou sendo desumano, não sei o que passou pela minha cabeça assim que vi seus filhotes . A senhora tem razão, devemos sim, amar a quem nos ama, não maltratar a quem nunca fez mal para alguém, só nos dá felicidade e beleza. Por que destruí-la?
Feliz e aliviada, dona Zanú abriu as asas puxou seus filhotes para baixo de seu corpo.Enquanto o senhor Joaquim afastava-se do chiqueiro. Alguns dias se passaram, e a felicidade estava de volta no Sitio Sonho Encantado. E todos os dias senhor Joaquim era só cuidados.

Trecho do Livro Charlotte,uma pata sonhadora.Será destinado ao público infanto-juvenil.

Autoria: Manuel Lima

É Bom Ser Criança

Eu tenho que aprender
Pra ser um cidadão,
Eu tenho que tá na escola
E aprender a lição.

Ai como é bom ser criança
E manter a esperança
Pra estudar.
Ai como é ser criança
E ter um professor pra ensinar.

Só assim posso aprender
Pra vencer na vida,
Brincar de sonhos reais
Pra eu não ser esquecida.
Só assim posso crescer
E saber amar,
Essa mão estendida.

Que me dá amor
Carinho e atenção,
Me dá cultura lazer
Pra eu ser um cidadão.

Manuel Lima

Brincadeira de Roda

É na brincadeira de roda
É na brincadeira de rodar,
Que vejo girar o pião
Quando o menino vai jogar.


Pois na brincadeira de roda
Gira meu pensamento feito carrossel,
E imitando o giro do mundo
Faz o gira... gira... girassol.
Feito pluma olhando pro céu.

Na brincadeira de roda
Ainda gira meu coração
No rodopio do vento,
Quando sopra forte e lento
Pra roda do catavento
A água puxar.

E que outra brincadeira ainda roda
Se a gente quiser girar?
Ainda rodam tontos e arfantes
Com gritos de euforia
O menino e a menina
Na maravilhosa roda gigante
Com suspiros de alegria.

Manuel Lima

Liberdade de Criança

Vejo por entre os dedos
Escorrer a liberdade:
Sem medida,
Sem rumos,
E sem fronteiras.
E que no meu mundo
Eu possa sonhar, sonhar, sonhar...
Loucos sonhos e fantasias,
Onde eu, só eu, posso realizá-los.
Enquanto criança
Posso andar nos campos
Sentir o cheiro do mato,
Estar descalço
E ir ao encontro da natureza.
E que o vento possa sacudir
Os meus cabelos.
E eu nunca deixe ser criança,
Sem limites
E sem horizontes.

Manuel Lima

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Pra encher os olhos


Foto:Manuel Lima

O 22 de Agosto

1
( Clara está em sua casa organizando seus livros para fazer um trabalho de pesquisa sobre o Folclore brasileiro, e aguarda a amiga Bela. Que entra feito uma ventania.)
Bela – Clara,Clara me desculpe. Eu já tinha esquecido o nosso combinado.
Clara – Agora respira, toma um pouquinho desse suco, e mãos a obra.Menina, eu já estava aperreada e sem saber o que fazer. Não esqueça Belinha, esse trabalho é muito importante para nós.
Bela – É claro que sei amiga. Mas me diga ai, o que você pensou para iniciarmos o trabalho?
Claro – Me passou muitas imagens pela cabeça, então resolvi começar com este poema.
Serena a paz renovadora
Da aliança natalina,
Que busca em todo cristão
A luz da estrela que nos guia,
Como a mesma que levou
Os três reis ao menino Jesus.
( Após a leitura do poema entram Maria e José com o menino Jesus nos braços.)
Bela – Que maravilha Clara! Estou vendo que vai valer a pena os nossos esforços para aprendermos sobre a cultura do nosso povo.
Clara – Você não pode esquecer que tudo tem uma seqüência.
Bela – Como assim, uma seqüência?
Clara – Veja bem, nós iniciamos o nosso trabalho com um poema que fala sobre o Natal, que é em dezembro. E o que vem depois?
Bela – Vem janeiro com a tradição do Reisado, que são pessoas caracterizadas, fazendo a folia de reis, de cada região, e isso se chama tradição, manter a cultura viva.( Nesse momento entram os atores caracterizados fazendo a Folia de Reis. Quando os reis saem Bela começa a dar pulos no ritmo do Carnaval, nisso Clara grita.)
Clara – Ei mocinha, que isso, pirou? Quer parar com esses pulos, parece que está maluca.
Bela – Eu não estou maluca, estou animada. Por isso estou seqüenciando, não é isso mesmo,hein!
Clara – Engraçadinha, nós não estamos aqui para contar piadas.
Bela – Está bem, está bem. Eu só entrei no ritmo ( Faz uma batucada com a boca.)

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Clara – Já que entrou no ritmo, então me diga o que vem agora?
Bela – Vem... vem... ( Começa a dançar quando Clara solta outro grito.)
Clara – Para,para você está me irritando.
Bela – Calma fofíssima! Com toda a minha ginga e meu entusiasmo,quero dizer que em fevereiro tem carnaval, onde eu solto as minhas energias, e tudo que eu tenho direito.
Clara – È, tem direito. E se não fizer o trabalho certo, tem o direito de exigir nota?
Bela – Não. Mas mesmo assim eu tenho direito de saber sobre a cultura do nosso povo, e entender melhor essa riqueza cultural.
Clara- ( Enquanto Bela fala, Clara está pensativa.)Bom, já falamos sobre o Natal, o Carnaval e o Reisado, que outras coisas poderíamos acrescentar?
Bela – Por uns instantes eu estive a pensar. Algumas pessoas estão afastadas da religião católica. E o que leva outras a pensarem no misticismo da religião?
Clara – Ora Bela, a fé. Principalmente para os agricultores, que em época de inverno tem um santo protetor que é São José.
Bela – E que é comemorado no dia 19 de março, nesse dia eles esperam cair muita chuva, para terem um bom plantio e uma boa colheita. ( Nesse momento entra uma procissão.)
Clara – Quando isso acontece tem fartura e agricultores satisfeitos.
Bela – Satisfeitas quem vai ficar somos nós, quando este trabalho estiver pronto. E nosso aprendizado mais rico de conhecimentos.
Clara – Porque afinal de contas, em um país como nosso, quem não se comunica , se trombica.
Bela – Taí Clara, quem não se comunica se trombica. De certo modo tem tudo haver com a EDUCAÇÃO e a CULTURA que é mal preservada, apesar de existir pessoas preocupadas com o bem estar da comunicação que ninguém sabe se ela social ou política.
Clara – Sabe por que tudo isso ? Porque eles misturam como se fosse arroz com feijão.
Bela – Bom, mas nós não estamos aqui para discutirmos isso ou aquilo, quem somos nós, se nem o direito de democracia nós temos. Por tanto, não vamos discutir esse assunto, ele pode nos distanciar do nosso trabalho.
Clara – Falar em trabalho Bela, você viu quanto bem material e imaterial nós temos observando o nosso FOLCLORE.
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Bela – Pena que o nosso povo não preserva e nunca se interessa, vendo que a nossa vida está ligada dentro de todo esse contexto sócio-cultural.
Clara – E não é isso não. O povo não procura se informar e tão pouco formar o seu núcleo de tradição. Dessa forma estamos resgatando o que foi perdido.
Bela – Por isso é que foi criado o dia 22 de Agosto.
Clara – Muito bem lembrado Bela.
Bela – Por quê bem lembrado?
Clara – Escute só o que vou lhe falar. William John Thoms arqueólogo inglês escreveu uma carta ao The Athenaum de Londres, que foi publicada a 22 de agosto de 1846...
Bela – E o que estava escrito nesta carta, você sabe?
Clara – Ele queria que fosse proposto o termo Folck e Lore. Que Folck quer dizer povo e Lore saber. Traduzindo, e trocando em miúdos são usos e costumes dos povos antigos. Como lendas, comidas,danças e uma infinidade de saberes da cultura popular.
Bela – Você esqueceu um detalhe...
Clara – Que detalhe eu esqueci dessa vez?
Bela – Que aqui no Brasil o presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, instituiu o dia do FOLCLORE através da lei 56.747, que ficou oficializada a 22 de agosto de 1965, aprovado no Congresso Internacional de Folclore.
Clara – Bravíssimo Bela! Agora pra que não tenhamos supertições, e crendices populares, e sim, provérbios, adivinhações e muitas, muitas quadrinhas como essa:
Com P escrevo paixão
Com A escrevo amor
Com C escrevo Cristovão
No meu coração.

Bela – Agora eu.
Com T escrevo trabalho
Com D dedicação
Com C escrevo Clara
Pra ser a minha salvação.
O 22 de Agosto
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Clara- Ah, Bela, não venha de novo com suas piadinhas, que o caso aqui é sério. E olhe que o nosso Folclore é muito extenso. Graças a diversidade de seu povo, e seus valores culturais.
Bela – Mas as piadas são marcas da nossa cultura popular, que o diga Pedro Malasartes,João Grilo e as presepadas do Saci Pererê. Agora se você não gosta de piadas, só tenho a dizer que esse trabalho vai dar forró,frevo,axé,cantigas de roda e diversão como eu gosto. Ah,que dia proveitoso!...
Clara – Proveitoso o suficiente para que nós duas não esqueçamos, e outros povos venham aprender, como aprendemos de maneira divertida.
Bela – É como diz o ditado popular...
Clara – Já sei. “ Um povo sem cultura, é um povo sem memória!
Entram todos os atores dançando, um ritmo folclórico.


Texto - Manuel Lima

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Bonecos Cabeçudos


A arte e a obra do incasável
artista plástico Hélio Santos.
Bonecos que trazem magia,encamento
alegria...fazendo crianças, jovens
e adultos viverem um conto de fadas.
Valorize a arte e a cultura dos artistas
da cidade de Aracati/Ceará/Brasil.

Foto:Manuel Lima

Gagá...Gugu

Por ocasião da vida eu esperava vir ao mundo, e apreciar as coisas boas que rodeiam as pessoas, mesmo assim tem pessoas que são incapazes de amar o que Deus lhe deu de bonito e belo, que é a fantástica e maravilhosa natureza.
Posso dizer também que há uma máquina humana, que é capaz de gerar outro semelhante, e que muitas vezes essa máquina ela não quebra peças, no entanto está sempre pronta para funcionar,mas se arrepende... foi a partir desse arrependimento, e no comecinho da minha vida que fui rejeitado e ameaçado até a morte.
No meu mundo eu não odiava ninguém, nunca toquei o dedo em qualquer ser, eu sempre esperei paciente para que me dessem algo para comer, mas não foste capaz de matar minha fome, me deste veneno, com isso me encontrei em momentos difíceis e indefeso, sem ter como me defender , e sem armas para lutar,contra o ser indispresível que me atingiu, pois não gosto de violência.
Aos pouco fui morrendo, sem ao menos ter visto a entrada de outro mundo, que poderia também ser meu, e custasse o que custar, eu queria olhar de perto o falso amor que foi posto no coração daquele que tentou tirar a vida de uma criatura indefesa.
Vejam como é horrível ser pequeno e não saber se defender, muito menos sair de um transtorno que foi lançado dentro do mundo, onde o ar que eu respirava era poluído, e não havia alguém ao meu lado para acabar com essa negra e terrível atmosfera que se formou.
Agora, com tudo isso, é possível sim, perdoar e amar o seu próximo, mesmo que ele tenha ódio, aproxime-se dele, mostrando-se que és capaz de dialogar e tirá-lo da depressão em que vive essa pessoa. Sei que será dolorido pra mim, mas tenho que pedir-te desculpas pelo teu momento de fraqueza.
Desse modo prometa-me que pensarás duas vezes antes de agir, a tua semente não merecia ser destruída, só queria um pouco de amor.