Este será um espaço de comunicação para eu divulgar as minhas poesias e fotografias, além de compartilhar com outros valores artísticos culturais.E assim viabilizar o acesso a arte àqueles que tem sensibilidade. Manuel Lima
terça-feira, 20 de julho de 2010
O teatro é transformador!
Na cena o Grupo Lua Cheia de Teatro de Aracati-Ceará,que em maio de 2007 invade o Largo da Ordem, cidade de Curitiba,onde acontece uma movitada feira nos mais diversos artigos.Ocasião que participou da Vírgilia Internacional da AIDS.
Foto:Douglas Miranda
Saiba mais como Douglas e seus amigos ajudam as pessoas que estão com soro positivo,
a se recuperarem e levarem uma vida normal, visitando o sitio:www.grupoamigos.com.br
ou mande uma mensagem pelo e-mail:grupoamigosctbapr@hotmail.com
À Sombra de Uma Árvore
Meu coração se enche de luz a olhar as maravilhosas árvores que o criador plantou. E diante dessa imensidão quero dizer que desejo à sombra de uma árvore que dá abrigo, e não nega o repouso a quem se sente afrontado e cansado após enfrentar um sol escaldante.
Então, debaixo desta árvore abro os braços, sinto a brisa bater na minha face e digo: se é a mim, e a outros que dais abrigo, de certo modo procuro compreender, e não excluir o ombro que pode amparar-me para dar apoio. Assim, neste momento de reflexição e ordenamento de minha alma, empreste-me o teu ouvido, e a tua paciência, porque o teu coração, concertesa consegui chegar e fazer com que ele esteja voltado, não só para mim, mas para todos aqueles que a sociedade os despreza.
O teu colo amigo, é minha casa, a tua generosidade o irmão que me faz esquecer os problemas. Quanto ao teu calor humano posso dizer que é a cama na qual eu repouso e adormeço, no cansaço de um “NÃO” duro e cruel pelo desprezo da sociedade.
Eu não tenho culpa de ser o fruto podre que a sociedade e a comunidade plantaram e tão pouco quiseram colher. Também quero indagar: o que quer dizer fraternidade? Será que fraternidade é sinônimo de desprezo? Creio que não, creio que ser fraterno é fazer um gesto de amor, de ajuda mútua e carinho. Compartilhando as nossas virtudes na sensatez que há em todo cristão.
Nossa história amigo, não é uma fábula, muito menos literatura criada, mas uma história real, diante do que o homem foi predestinado. E a vida que tenho não foi inventada por mim, e sim, escrita a partir dos preceitos de minha família.
Manuel Lima
Então, debaixo desta árvore abro os braços, sinto a brisa bater na minha face e digo: se é a mim, e a outros que dais abrigo, de certo modo procuro compreender, e não excluir o ombro que pode amparar-me para dar apoio. Assim, neste momento de reflexição e ordenamento de minha alma, empreste-me o teu ouvido, e a tua paciência, porque o teu coração, concertesa consegui chegar e fazer com que ele esteja voltado, não só para mim, mas para todos aqueles que a sociedade os despreza.
O teu colo amigo, é minha casa, a tua generosidade o irmão que me faz esquecer os problemas. Quanto ao teu calor humano posso dizer que é a cama na qual eu repouso e adormeço, no cansaço de um “NÃO” duro e cruel pelo desprezo da sociedade.
Eu não tenho culpa de ser o fruto podre que a sociedade e a comunidade plantaram e tão pouco quiseram colher. Também quero indagar: o que quer dizer fraternidade? Será que fraternidade é sinônimo de desprezo? Creio que não, creio que ser fraterno é fazer um gesto de amor, de ajuda mútua e carinho. Compartilhando as nossas virtudes na sensatez que há em todo cristão.
Nossa história amigo, não é uma fábula, muito menos literatura criada, mas uma história real, diante do que o homem foi predestinado. E a vida que tenho não foi inventada por mim, e sim, escrita a partir dos preceitos de minha família.
Manuel Lima
Charlotte, uma pata sonhadora
Charlotte é uma pata que nasceu com uma plumagem muito bonita, ela vai do azul-marinho, e o branco por volta de suas asas, no pescoço um preto aveludado com cinza. É uma pata sonhadora e aventureira, nasceu no Sitio Sonho Encantado, uma propriedade do senhor Joaquim Gonçalves, este lugar é tranqüilo e afastado da cidade, longe da poluição, onde respirar ar puro é ter saúde.
Sua história começa assim: certa vez a mãe de Charlotte, a dona Zanú começou a botar ovos, e acarinhando dizia.
- Agora eu vou ter os meus filhotes como sempre sonhei. Farei um bom ninho para esquentá-los e ficarei até que eles possam nascer. Assim fez dona Zanú, como toda mãe dedicada, passou dias e dias protegendo os ovos. Até que finalmente o dia chega,e os patinhos começam a bicar os ovos,crac...crac...crac...com este afloramento da vida dona Zanú enchia seu coração de felicidade.
Dessa gostosa paixão de mãe nasceram quatro patinhos, e entre os quatro, havia uma linda patinha, que logo foi chamada de Charlotte. O que dona Zanú não imaginava e muito menos esperava era a reação desequilibrada do senhor Joaquim Gonçalves, em tirar os patinhos debaixo de suas asas. Mas como toda boa mãe, e guerreira, dona Zanú se armou com palavras para defender os seu filhotes e impedir que ele os tire, e faça uma maldade descabida.
Ele se aproxima com cara de mal. Fica calado se torcendo de um lado para outro. E dona Zanú meio desconfiada diz.
- Por favor, senhor Joaquim, não leve os meus filhotes, eu sonhei muito, mas muito por este momento. Agora quer arrancá-los de mim. Como se atreve a fazer esse ato desumano? Ele em cóleras olhou firme nos seus olhos e começou a vomitar palavras de desagravo.
- Olha aqui, sua pata velha!... Você pode gritar, chorar e até espernear, que eu vou tirar eles sim! E não esqueça que eu já fiz muito por você.
- Não, não é por mim, é pelos os meus filhos. E o senhor não tem o direito de fazer isso, eu sempre ouvi o senhor falando pelos quatro cantos desse sitio.” Eu amo a natureza,ela é minha vida.” Como pode abrir a boca pra falar que ama a natureza e agora quer destruí-la?
- Há momentos na vida que a gente enjoa rápido, pouco devemos gostar.
- Será que gostar é destruir o que chamamos de preservar? Não, isso não conta! Quem ama cuida, e quem cuida, zela pela sua vida, e a do seu próximo.
Por uns instantes o senhor Joaquim Gonçalves ficou em silêncio, baixou a cabeça e lembrou-se da grande bobagem que ia fazer com uma de suas criaturas.
- Peço que me desculpe, só agora me dei conta que estou sendo desumano, não sei o que passou pela minha cabeça assim que vi seus filhotes . A senhora tem razão, devemos sim, amar a quem nos ama, não maltratar a quem nunca fez mal para alguém, só nos dá felicidade e beleza. Por que destruí-la?
Feliz e aliviada, dona Zanú abriu as asas puxou seus filhotes para baixo de seu corpo.Enquanto o senhor Joaquim afastava-se do chiqueiro. Alguns dias se passaram, e a felicidade estava de volta no Sitio Sonho Encantado. E todos os dias senhor Joaquim era só cuidados.
Trecho do Livro Charlotte,uma pata sonhadora.Será destinado ao público infanto-juvenil.
Autoria: Manuel Lima
Sua história começa assim: certa vez a mãe de Charlotte, a dona Zanú começou a botar ovos, e acarinhando dizia.
- Agora eu vou ter os meus filhotes como sempre sonhei. Farei um bom ninho para esquentá-los e ficarei até que eles possam nascer. Assim fez dona Zanú, como toda mãe dedicada, passou dias e dias protegendo os ovos. Até que finalmente o dia chega,e os patinhos começam a bicar os ovos,crac...crac...crac...com este afloramento da vida dona Zanú enchia seu coração de felicidade.
Dessa gostosa paixão de mãe nasceram quatro patinhos, e entre os quatro, havia uma linda patinha, que logo foi chamada de Charlotte. O que dona Zanú não imaginava e muito menos esperava era a reação desequilibrada do senhor Joaquim Gonçalves, em tirar os patinhos debaixo de suas asas. Mas como toda boa mãe, e guerreira, dona Zanú se armou com palavras para defender os seu filhotes e impedir que ele os tire, e faça uma maldade descabida.
Ele se aproxima com cara de mal. Fica calado se torcendo de um lado para outro. E dona Zanú meio desconfiada diz.
- Por favor, senhor Joaquim, não leve os meus filhotes, eu sonhei muito, mas muito por este momento. Agora quer arrancá-los de mim. Como se atreve a fazer esse ato desumano? Ele em cóleras olhou firme nos seus olhos e começou a vomitar palavras de desagravo.
- Olha aqui, sua pata velha!... Você pode gritar, chorar e até espernear, que eu vou tirar eles sim! E não esqueça que eu já fiz muito por você.
- Não, não é por mim, é pelos os meus filhos. E o senhor não tem o direito de fazer isso, eu sempre ouvi o senhor falando pelos quatro cantos desse sitio.” Eu amo a natureza,ela é minha vida.” Como pode abrir a boca pra falar que ama a natureza e agora quer destruí-la?
- Há momentos na vida que a gente enjoa rápido, pouco devemos gostar.
- Será que gostar é destruir o que chamamos de preservar? Não, isso não conta! Quem ama cuida, e quem cuida, zela pela sua vida, e a do seu próximo.
Por uns instantes o senhor Joaquim Gonçalves ficou em silêncio, baixou a cabeça e lembrou-se da grande bobagem que ia fazer com uma de suas criaturas.
- Peço que me desculpe, só agora me dei conta que estou sendo desumano, não sei o que passou pela minha cabeça assim que vi seus filhotes . A senhora tem razão, devemos sim, amar a quem nos ama, não maltratar a quem nunca fez mal para alguém, só nos dá felicidade e beleza. Por que destruí-la?
Feliz e aliviada, dona Zanú abriu as asas puxou seus filhotes para baixo de seu corpo.Enquanto o senhor Joaquim afastava-se do chiqueiro. Alguns dias se passaram, e a felicidade estava de volta no Sitio Sonho Encantado. E todos os dias senhor Joaquim era só cuidados.
Trecho do Livro Charlotte,uma pata sonhadora.Será destinado ao público infanto-juvenil.
Autoria: Manuel Lima
É Bom Ser Criança
Eu tenho que aprender
Pra ser um cidadão,
Eu tenho que tá na escola
E aprender a lição.
Ai como é bom ser criança
E manter a esperança
Pra estudar.
Ai como é ser criança
E ter um professor pra ensinar.
Só assim posso aprender
Pra vencer na vida,
Brincar de sonhos reais
Pra eu não ser esquecida.
Só assim posso crescer
E saber amar,
Essa mão estendida.
Que me dá amor
Carinho e atenção,
Me dá cultura lazer
Pra eu ser um cidadão.
Manuel Lima
Pra ser um cidadão,
Eu tenho que tá na escola
E aprender a lição.
Ai como é bom ser criança
E manter a esperança
Pra estudar.
Ai como é ser criança
E ter um professor pra ensinar.
Só assim posso aprender
Pra vencer na vida,
Brincar de sonhos reais
Pra eu não ser esquecida.
Só assim posso crescer
E saber amar,
Essa mão estendida.
Que me dá amor
Carinho e atenção,
Me dá cultura lazer
Pra eu ser um cidadão.
Manuel Lima
Brincadeira de Roda
É na brincadeira de roda
É na brincadeira de rodar,
Que vejo girar o pião
Quando o menino vai jogar.
Pois na brincadeira de roda
Gira meu pensamento feito carrossel,
E imitando o giro do mundo
Faz o gira... gira... girassol.
Feito pluma olhando pro céu.
Na brincadeira de roda
Ainda gira meu coração
No rodopio do vento,
Quando sopra forte e lento
Pra roda do catavento
A água puxar.
E que outra brincadeira ainda roda
Se a gente quiser girar?
Ainda rodam tontos e arfantes
Com gritos de euforia
O menino e a menina
Na maravilhosa roda gigante
Com suspiros de alegria.
Manuel Lima
É na brincadeira de rodar,
Que vejo girar o pião
Quando o menino vai jogar.
Pois na brincadeira de roda
Gira meu pensamento feito carrossel,
E imitando o giro do mundo
Faz o gira... gira... girassol.
Feito pluma olhando pro céu.
Na brincadeira de roda
Ainda gira meu coração
No rodopio do vento,
Quando sopra forte e lento
Pra roda do catavento
A água puxar.
E que outra brincadeira ainda roda
Se a gente quiser girar?
Ainda rodam tontos e arfantes
Com gritos de euforia
O menino e a menina
Na maravilhosa roda gigante
Com suspiros de alegria.
Manuel Lima
Liberdade de Criança
Vejo por entre os dedos
Escorrer a liberdade:
Sem medida,
Sem rumos,
E sem fronteiras.
E que no meu mundo
Eu possa sonhar, sonhar, sonhar...
Loucos sonhos e fantasias,
Onde eu, só eu, posso realizá-los.
Enquanto criança
Posso andar nos campos
Sentir o cheiro do mato,
Estar descalço
E ir ao encontro da natureza.
E que o vento possa sacudir
Os meus cabelos.
E eu nunca deixe ser criança,
Sem limites
E sem horizontes.
Manuel Lima
Escorrer a liberdade:
Sem medida,
Sem rumos,
E sem fronteiras.
E que no meu mundo
Eu possa sonhar, sonhar, sonhar...
Loucos sonhos e fantasias,
Onde eu, só eu, posso realizá-los.
Enquanto criança
Posso andar nos campos
Sentir o cheiro do mato,
Estar descalço
E ir ao encontro da natureza.
E que o vento possa sacudir
Os meus cabelos.
E eu nunca deixe ser criança,
Sem limites
E sem horizontes.
Manuel Lima
quarta-feira, 7 de julho de 2010
O 22 de Agosto
1
( Clara está em sua casa organizando seus livros para fazer um trabalho de pesquisa sobre o Folclore brasileiro, e aguarda a amiga Bela. Que entra feito uma ventania.)
Bela – Clara,Clara me desculpe. Eu já tinha esquecido o nosso combinado.
Clara – Agora respira, toma um pouquinho desse suco, e mãos a obra.Menina, eu já estava aperreada e sem saber o que fazer. Não esqueça Belinha, esse trabalho é muito importante para nós.
Bela – É claro que sei amiga. Mas me diga ai, o que você pensou para iniciarmos o trabalho?
Claro – Me passou muitas imagens pela cabeça, então resolvi começar com este poema.
Serena a paz renovadora
Da aliança natalina,
Que busca em todo cristão
A luz da estrela que nos guia,
Como a mesma que levou
Os três reis ao menino Jesus.
( Após a leitura do poema entram Maria e José com o menino Jesus nos braços.)
Bela – Que maravilha Clara! Estou vendo que vai valer a pena os nossos esforços para aprendermos sobre a cultura do nosso povo.
Clara – Você não pode esquecer que tudo tem uma seqüência.
Bela – Como assim, uma seqüência?
Clara – Veja bem, nós iniciamos o nosso trabalho com um poema que fala sobre o Natal, que é em dezembro. E o que vem depois?
Bela – Vem janeiro com a tradição do Reisado, que são pessoas caracterizadas, fazendo a folia de reis, de cada região, e isso se chama tradição, manter a cultura viva.( Nesse momento entram os atores caracterizados fazendo a Folia de Reis. Quando os reis saem Bela começa a dar pulos no ritmo do Carnaval, nisso Clara grita.)
Clara – Ei mocinha, que isso, pirou? Quer parar com esses pulos, parece que está maluca.
Bela – Eu não estou maluca, estou animada. Por isso estou seqüenciando, não é isso mesmo,hein!
Clara – Engraçadinha, nós não estamos aqui para contar piadas.
Bela – Está bem, está bem. Eu só entrei no ritmo ( Faz uma batucada com a boca.)
2
Clara – Já que entrou no ritmo, então me diga o que vem agora?
Bela – Vem... vem... ( Começa a dançar quando Clara solta outro grito.)
Clara – Para,para você está me irritando.
Bela – Calma fofíssima! Com toda a minha ginga e meu entusiasmo,quero dizer que em fevereiro tem carnaval, onde eu solto as minhas energias, e tudo que eu tenho direito.
Clara – È, tem direito. E se não fizer o trabalho certo, tem o direito de exigir nota?
Bela – Não. Mas mesmo assim eu tenho direito de saber sobre a cultura do nosso povo, e entender melhor essa riqueza cultural.
Clara- ( Enquanto Bela fala, Clara está pensativa.)Bom, já falamos sobre o Natal, o Carnaval e o Reisado, que outras coisas poderíamos acrescentar?
Bela – Por uns instantes eu estive a pensar. Algumas pessoas estão afastadas da religião católica. E o que leva outras a pensarem no misticismo da religião?
Clara – Ora Bela, a fé. Principalmente para os agricultores, que em época de inverno tem um santo protetor que é São José.
Bela – E que é comemorado no dia 19 de março, nesse dia eles esperam cair muita chuva, para terem um bom plantio e uma boa colheita. ( Nesse momento entra uma procissão.)
Clara – Quando isso acontece tem fartura e agricultores satisfeitos.
Bela – Satisfeitas quem vai ficar somos nós, quando este trabalho estiver pronto. E nosso aprendizado mais rico de conhecimentos.
Clara – Porque afinal de contas, em um país como nosso, quem não se comunica , se trombica.
Bela – Taí Clara, quem não se comunica se trombica. De certo modo tem tudo haver com a EDUCAÇÃO e a CULTURA que é mal preservada, apesar de existir pessoas preocupadas com o bem estar da comunicação que ninguém sabe se ela social ou política.
Clara – Sabe por que tudo isso ? Porque eles misturam como se fosse arroz com feijão.
Bela – Bom, mas nós não estamos aqui para discutirmos isso ou aquilo, quem somos nós, se nem o direito de democracia nós temos. Por tanto, não vamos discutir esse assunto, ele pode nos distanciar do nosso trabalho.
Clara – Falar em trabalho Bela, você viu quanto bem material e imaterial nós temos observando o nosso FOLCLORE.
3
Bela – Pena que o nosso povo não preserva e nunca se interessa, vendo que a nossa vida está ligada dentro de todo esse contexto sócio-cultural.
Clara – E não é isso não. O povo não procura se informar e tão pouco formar o seu núcleo de tradição. Dessa forma estamos resgatando o que foi perdido.
Bela – Por isso é que foi criado o dia 22 de Agosto.
Clara – Muito bem lembrado Bela.
Bela – Por quê bem lembrado?
Clara – Escute só o que vou lhe falar. William John Thoms arqueólogo inglês escreveu uma carta ao The Athenaum de Londres, que foi publicada a 22 de agosto de 1846...
Bela – E o que estava escrito nesta carta, você sabe?
Clara – Ele queria que fosse proposto o termo Folck e Lore. Que Folck quer dizer povo e Lore saber. Traduzindo, e trocando em miúdos são usos e costumes dos povos antigos. Como lendas, comidas,danças e uma infinidade de saberes da cultura popular.
Bela – Você esqueceu um detalhe...
Clara – Que detalhe eu esqueci dessa vez?
Bela – Que aqui no Brasil o presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, instituiu o dia do FOLCLORE através da lei 56.747, que ficou oficializada a 22 de agosto de 1965, aprovado no Congresso Internacional de Folclore.
Clara – Bravíssimo Bela! Agora pra que não tenhamos supertições, e crendices populares, e sim, provérbios, adivinhações e muitas, muitas quadrinhas como essa:
Com P escrevo paixão
Com A escrevo amor
Com C escrevo Cristovão
No meu coração.
Bela – Agora eu.
Com T escrevo trabalho
Com D dedicação
Com C escrevo Clara
Pra ser a minha salvação.
O 22 de Agosto
4
Clara- Ah, Bela, não venha de novo com suas piadinhas, que o caso aqui é sério. E olhe que o nosso Folclore é muito extenso. Graças a diversidade de seu povo, e seus valores culturais.
Bela – Mas as piadas são marcas da nossa cultura popular, que o diga Pedro Malasartes,João Grilo e as presepadas do Saci Pererê. Agora se você não gosta de piadas, só tenho a dizer que esse trabalho vai dar forró,frevo,axé,cantigas de roda e diversão como eu gosto. Ah,que dia proveitoso!...
Clara – Proveitoso o suficiente para que nós duas não esqueçamos, e outros povos venham aprender, como aprendemos de maneira divertida.
Bela – É como diz o ditado popular...
Clara – Já sei. “ Um povo sem cultura, é um povo sem memória!
Entram todos os atores dançando, um ritmo folclórico.
Texto - Manuel Lima
( Clara está em sua casa organizando seus livros para fazer um trabalho de pesquisa sobre o Folclore brasileiro, e aguarda a amiga Bela. Que entra feito uma ventania.)
Bela – Clara,Clara me desculpe. Eu já tinha esquecido o nosso combinado.
Clara – Agora respira, toma um pouquinho desse suco, e mãos a obra.Menina, eu já estava aperreada e sem saber o que fazer. Não esqueça Belinha, esse trabalho é muito importante para nós.
Bela – É claro que sei amiga. Mas me diga ai, o que você pensou para iniciarmos o trabalho?
Claro – Me passou muitas imagens pela cabeça, então resolvi começar com este poema.
Serena a paz renovadora
Da aliança natalina,
Que busca em todo cristão
A luz da estrela que nos guia,
Como a mesma que levou
Os três reis ao menino Jesus.
( Após a leitura do poema entram Maria e José com o menino Jesus nos braços.)
Bela – Que maravilha Clara! Estou vendo que vai valer a pena os nossos esforços para aprendermos sobre a cultura do nosso povo.
Clara – Você não pode esquecer que tudo tem uma seqüência.
Bela – Como assim, uma seqüência?
Clara – Veja bem, nós iniciamos o nosso trabalho com um poema que fala sobre o Natal, que é em dezembro. E o que vem depois?
Bela – Vem janeiro com a tradição do Reisado, que são pessoas caracterizadas, fazendo a folia de reis, de cada região, e isso se chama tradição, manter a cultura viva.( Nesse momento entram os atores caracterizados fazendo a Folia de Reis. Quando os reis saem Bela começa a dar pulos no ritmo do Carnaval, nisso Clara grita.)
Clara – Ei mocinha, que isso, pirou? Quer parar com esses pulos, parece que está maluca.
Bela – Eu não estou maluca, estou animada. Por isso estou seqüenciando, não é isso mesmo,hein!
Clara – Engraçadinha, nós não estamos aqui para contar piadas.
Bela – Está bem, está bem. Eu só entrei no ritmo ( Faz uma batucada com a boca.)
2
Clara – Já que entrou no ritmo, então me diga o que vem agora?
Bela – Vem... vem... ( Começa a dançar quando Clara solta outro grito.)
Clara – Para,para você está me irritando.
Bela – Calma fofíssima! Com toda a minha ginga e meu entusiasmo,quero dizer que em fevereiro tem carnaval, onde eu solto as minhas energias, e tudo que eu tenho direito.
Clara – È, tem direito. E se não fizer o trabalho certo, tem o direito de exigir nota?
Bela – Não. Mas mesmo assim eu tenho direito de saber sobre a cultura do nosso povo, e entender melhor essa riqueza cultural.
Clara- ( Enquanto Bela fala, Clara está pensativa.)Bom, já falamos sobre o Natal, o Carnaval e o Reisado, que outras coisas poderíamos acrescentar?
Bela – Por uns instantes eu estive a pensar. Algumas pessoas estão afastadas da religião católica. E o que leva outras a pensarem no misticismo da religião?
Clara – Ora Bela, a fé. Principalmente para os agricultores, que em época de inverno tem um santo protetor que é São José.
Bela – E que é comemorado no dia 19 de março, nesse dia eles esperam cair muita chuva, para terem um bom plantio e uma boa colheita. ( Nesse momento entra uma procissão.)
Clara – Quando isso acontece tem fartura e agricultores satisfeitos.
Bela – Satisfeitas quem vai ficar somos nós, quando este trabalho estiver pronto. E nosso aprendizado mais rico de conhecimentos.
Clara – Porque afinal de contas, em um país como nosso, quem não se comunica , se trombica.
Bela – Taí Clara, quem não se comunica se trombica. De certo modo tem tudo haver com a EDUCAÇÃO e a CULTURA que é mal preservada, apesar de existir pessoas preocupadas com o bem estar da comunicação que ninguém sabe se ela social ou política.
Clara – Sabe por que tudo isso ? Porque eles misturam como se fosse arroz com feijão.
Bela – Bom, mas nós não estamos aqui para discutirmos isso ou aquilo, quem somos nós, se nem o direito de democracia nós temos. Por tanto, não vamos discutir esse assunto, ele pode nos distanciar do nosso trabalho.
Clara – Falar em trabalho Bela, você viu quanto bem material e imaterial nós temos observando o nosso FOLCLORE.
3
Bela – Pena que o nosso povo não preserva e nunca se interessa, vendo que a nossa vida está ligada dentro de todo esse contexto sócio-cultural.
Clara – E não é isso não. O povo não procura se informar e tão pouco formar o seu núcleo de tradição. Dessa forma estamos resgatando o que foi perdido.
Bela – Por isso é que foi criado o dia 22 de Agosto.
Clara – Muito bem lembrado Bela.
Bela – Por quê bem lembrado?
Clara – Escute só o que vou lhe falar. William John Thoms arqueólogo inglês escreveu uma carta ao The Athenaum de Londres, que foi publicada a 22 de agosto de 1846...
Bela – E o que estava escrito nesta carta, você sabe?
Clara – Ele queria que fosse proposto o termo Folck e Lore. Que Folck quer dizer povo e Lore saber. Traduzindo, e trocando em miúdos são usos e costumes dos povos antigos. Como lendas, comidas,danças e uma infinidade de saberes da cultura popular.
Bela – Você esqueceu um detalhe...
Clara – Que detalhe eu esqueci dessa vez?
Bela – Que aqui no Brasil o presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, instituiu o dia do FOLCLORE através da lei 56.747, que ficou oficializada a 22 de agosto de 1965, aprovado no Congresso Internacional de Folclore.
Clara – Bravíssimo Bela! Agora pra que não tenhamos supertições, e crendices populares, e sim, provérbios, adivinhações e muitas, muitas quadrinhas como essa:
Com P escrevo paixão
Com A escrevo amor
Com C escrevo Cristovão
No meu coração.
Bela – Agora eu.
Com T escrevo trabalho
Com D dedicação
Com C escrevo Clara
Pra ser a minha salvação.
O 22 de Agosto
4
Clara- Ah, Bela, não venha de novo com suas piadinhas, que o caso aqui é sério. E olhe que o nosso Folclore é muito extenso. Graças a diversidade de seu povo, e seus valores culturais.
Bela – Mas as piadas são marcas da nossa cultura popular, que o diga Pedro Malasartes,João Grilo e as presepadas do Saci Pererê. Agora se você não gosta de piadas, só tenho a dizer que esse trabalho vai dar forró,frevo,axé,cantigas de roda e diversão como eu gosto. Ah,que dia proveitoso!...
Clara – Proveitoso o suficiente para que nós duas não esqueçamos, e outros povos venham aprender, como aprendemos de maneira divertida.
Bela – É como diz o ditado popular...
Clara – Já sei. “ Um povo sem cultura, é um povo sem memória!
Entram todos os atores dançando, um ritmo folclórico.
Texto - Manuel Lima
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Bonecos Cabeçudos
Gagá...Gugu
Por ocasião da vida eu esperava vir ao mundo, e apreciar as coisas boas que rodeiam as pessoas, mesmo assim tem pessoas que são incapazes de amar o que Deus lhe deu de bonito e belo, que é a fantástica e maravilhosa natureza.
Posso dizer também que há uma máquina humana, que é capaz de gerar outro semelhante, e que muitas vezes essa máquina ela não quebra peças, no entanto está sempre pronta para funcionar,mas se arrepende... foi a partir desse arrependimento, e no comecinho da minha vida que fui rejeitado e ameaçado até a morte.
No meu mundo eu não odiava ninguém, nunca toquei o dedo em qualquer ser, eu sempre esperei paciente para que me dessem algo para comer, mas não foste capaz de matar minha fome, me deste veneno, com isso me encontrei em momentos difíceis e indefeso, sem ter como me defender , e sem armas para lutar,contra o ser indispresível que me atingiu, pois não gosto de violência.
Aos pouco fui morrendo, sem ao menos ter visto a entrada de outro mundo, que poderia também ser meu, e custasse o que custar, eu queria olhar de perto o falso amor que foi posto no coração daquele que tentou tirar a vida de uma criatura indefesa.
Vejam como é horrível ser pequeno e não saber se defender, muito menos sair de um transtorno que foi lançado dentro do mundo, onde o ar que eu respirava era poluído, e não havia alguém ao meu lado para acabar com essa negra e terrível atmosfera que se formou.
Agora, com tudo isso, é possível sim, perdoar e amar o seu próximo, mesmo que ele tenha ódio, aproxime-se dele, mostrando-se que és capaz de dialogar e tirá-lo da depressão em que vive essa pessoa. Sei que será dolorido pra mim, mas tenho que pedir-te desculpas pelo teu momento de fraqueza.
Desse modo prometa-me que pensarás duas vezes antes de agir, a tua semente não merecia ser destruída, só queria um pouco de amor.
Posso dizer também que há uma máquina humana, que é capaz de gerar outro semelhante, e que muitas vezes essa máquina ela não quebra peças, no entanto está sempre pronta para funcionar,mas se arrepende... foi a partir desse arrependimento, e no comecinho da minha vida que fui rejeitado e ameaçado até a morte.
No meu mundo eu não odiava ninguém, nunca toquei o dedo em qualquer ser, eu sempre esperei paciente para que me dessem algo para comer, mas não foste capaz de matar minha fome, me deste veneno, com isso me encontrei em momentos difíceis e indefeso, sem ter como me defender , e sem armas para lutar,contra o ser indispresível que me atingiu, pois não gosto de violência.
Aos pouco fui morrendo, sem ao menos ter visto a entrada de outro mundo, que poderia também ser meu, e custasse o que custar, eu queria olhar de perto o falso amor que foi posto no coração daquele que tentou tirar a vida de uma criatura indefesa.
Vejam como é horrível ser pequeno e não saber se defender, muito menos sair de um transtorno que foi lançado dentro do mundo, onde o ar que eu respirava era poluído, e não havia alguém ao meu lado para acabar com essa negra e terrível atmosfera que se formou.
Agora, com tudo isso, é possível sim, perdoar e amar o seu próximo, mesmo que ele tenha ódio, aproxime-se dele, mostrando-se que és capaz de dialogar e tirá-lo da depressão em que vive essa pessoa. Sei que será dolorido pra mim, mas tenho que pedir-te desculpas pelo teu momento de fraqueza.
Desse modo prometa-me que pensarás duas vezes antes de agir, a tua semente não merecia ser destruída, só queria um pouco de amor.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
O Cactus
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Queimados
Neste imenso sertão nordestino encontra-se encravado o pequeno povoado chamado Queimados, que aos poucos foi perdendo a sua cor, o desfalecimento da sua gente humilde, e ninguém sabia a razão pela qual os agricultores estavam desanimados, e que a cada minuto viam as suas lavouras e a terra sendo castigadas, virando torrão.
As plantações de mandioca, batata doce, melancia e entre outras, não tinham forças para germinarem, os grãos que foram guardados de feijão, milho e farinha estavam chegando ao fim.
E é aqui, cercado pelo quase verde do cerrado,da caatinga e na grande abundância do xique-xique, que mora o senhor Joaquim, em um simples casebre feito de madeira nativa, e coberto com palhas de coqueiro, homem que pela idade de quarenta e dois anos, estar além do seu tempo, totalmente envelhecido pela dura vida que leva para sobreviver com sua esposa Amélia, uma mulher jovem de trinta e oito anos, meio esquálida, mas ainda emoldura uma bela face com dois maravilhosos olhos verdes-claro, que dessa união nasceram três filhos.
A luta é sempre constante para extrair do pequeno pedaço de chão que herdara de seu pai, e assim tirar o sustento da família. Mesmo assim levanta-se todos os dias por volta das cinco horas da manhã, com seu filho mais velho, o Raimundo, um jovem de dezessete anos, que devido as circunstância de sua realidade, nunca fora a escola,desde os sete anos foi praticamente obrigado a lidar com o cabo da enxada, seu único lápis, que no chão vai traçando uma história que alguém jamais quer escrever.
O dia estava um calor de rachar os miolos, a desesperança era o que brotava nos franzinos corpos de dois bravos guerreiros da caatinga. Mas Raimundo estava quase sem forças, e no vai e vem da enxada leva a manga da camisa à testa, e pergunta com voz fraca ao pai.
- Pai, quando é que nóis vai ter água da chuva pra moíá nosso chão? O pai que estava totalmente desacreditado disse:
-Fio, será que Deus tem pena de nóis? Oia, que eu já fiz de tudo pra nossa famia não morrer de sede e fome.
Sob o sol escaldante, e em meio a terra seca eles prosseguiram arando, e com um único pensamento: terem o seu próprio sustento.Senhor Joaquim faz uma pequena pause para tomar água debaixo de um enorme e velho cajueiro.Ofegante e sem fôlego pega a cabaça, uma caneca e despeja alguns pingos de água para matar a sede, enquanto Raimundo sustentar firme o cabo da enxada como numa dança compassada.Neste mesmo dia que estava apenas começando, caminha com passos firmes um emblemático e misterioso homem, aparentado calma e serenidade, à medida que trás paz na fala. Enquanto segue pelos caminhos sinuosos de Queimados um vento suave é exalado por todo povoado , como se fosse um bálsamo, mas ao mesmo tempo o distinto homem fica perplexo com o que a sua vista alcança, e de longe avista o pequeno terreno e prossegue a sua caminhada, e para enfrente ao passadiço que levava ao roçado.Parou,franziu a testa, e avistara um homem que mais parecia um ancião sentado debaixo do cajueiro, com o olhar fixo e distante do seu solo tão querido, quando de repente se assusta com a voz que dizia:
- Moço, por que essa terra e seus moradores estão tristes e moribundos?
Seus pensamentos são interrompidos, seu coração bate acelerado, no susto eleva a caneca à boca para jogar dentro do corpo a última gota de água que existira, assim podia acalmar o nervosismo. E responder com o semblante desfigurado e olhos quase fechados devidos a luz forte do sol na direção em que se encontrava o visitante.
-Quem o senhor pensa que é, pra achegar assim dessa maneira? Quase morro afogado nessa caneca de água.O homem não levara muito em conta os modos do senhor Joaquim, apenas alargou um franco sorriso,abriu as mãos, encolheu a cabeça sobre os ombros e repete as palavras para tirar a sua dúvida.
- Eu só gostaria de saber porque as pessoas deste lugar estão moribundas, esquálidas...
- Esqua... o quê?
- O que eu quis dizer é que as pessoas estão magras.
Senhor Joaquim olhou no semblante do homem, e do seu modo simples, da roça e de quem nunca conheceu as letras respondeu:
- Oia aqui moço, num carece falá enrolado, nóis tá precisando é de água pra moía nossa terra, pelo menos da chuva. Já tem tempo que tamo tentando prantar e nada vinga, eu não sei mais o que dá pros meus fios, e num exeste outro trabaio.
Após ter ouvido o senhor Joaquim o homem prontamente desfiou.
- O senhor já ouviu falar em amor e perseverança para prosseguirmos com mais entusiasmo e acreditarmos que tudo é possível quando temos fé? Não me leve a mal, mas primeiro devemos mudar o nome deste lugar.Segundo pesarmos em nosso pai maior que é Deus, assim todos terão esperança para que possam alcançar essa graça tão esperada nas lavouras, e delas tirarem o seu próprio sustento.
Com um punhado de terra seca na mão, sol escaldante e sustentado sobre a enxada senhor Joaquim ouvira tudo, mas responde do seu jeito rude.
- Mas uma vez eu pregunto.Quem o moço pensa que é, pro mode chegar dessa maneira como se fosse o dono dessa terra, e fala que quer mudar o nome de Queimados? Nóis precisa é de comida,água e terra boa pra prantação e vivê em paz como todo cristão.
Com voz serena o distinto homem responde.
- Meu caro e bom homem, eu entendo a sua angústia e desesperança.Agora entenda que é preciso que nasça dentro de cada um deste lugar a semente do amor, onde será lançada à terra e dela vermos os campos florirem, onde poderão colher e dividir o pouco que cabe a cada um.
- Oia, eu posso até ser um pouco fraco das letras, mas é disso que tamo precisando, e até hoje ta fartando na mesa de nóis, e no coração dessa gente como o senhor falô.
Tranquilamente o homem firmou nos olhos do senhor Joaquim e perguntou.
- O senhor tem fé? Acredita em Deus?...
A conversa é bruscamente interpelada pelo senhor Joaquim como se estivesse sido ofendido.
- Ter fé? Se acredito em Deus? Moço, faz tempo que ele abandonou a gente. Ispia a nossa terra,as pranta teimam em nascer e não tem força, do mesmo jeito semo nóis.Chuva, essa nem no natal.
E o homem insiste mais uma vez.
- O senhor acredita em Deus ? Se acreditares estais trazendo esperança e amor para o teu coração. Com a tua fé, Deus vai estar mais próximo dos seus propósitos,que é ver este lugar todo florido, as pessoas de largo sorriso, onde a tristeza será mera lembrança. Que Queimados poderá se chamar “ Pedaço de Amor”.
- Oxente ! Por que o senhor faz questão de muda o nome desse lugar? Eu acho que num carece de mudar, e se mudar o nome, esta terra vai brotar tudo o que nóis prantar, encher meu bucho, e o bucho desse povo? Não, deve de tá com os miolo trocado, doido varrido. Um louco.
Raimundo que só ouvira e não falara nada, soltou a enxada e saiu em disparada a seu pai e o visitante, e lhe implora de joelhos.
- Deixa pai, quem sabe ele seja um bruxo...
Senhor Joaquim enfurecido com o que filho falara fita-o nos olhos e diz.
- Não diga bestagem seu desmiolado! Nóis num tá precisando de um bruxo, muito menos de um curandeiro.
Ele se volta para o homem com os nervos a flor da pela e enfrenta-o dizendo.
- Viu o que o senhor fez, falando bobage na frente desse disajuizado. Afinal de contas quem é o senhor? Por que quer mudar assim de uma hora pra outra o nome de Queimados, pra sei lá o quê....
- Calma, o senhor está muito nervoso. Tome um pouco de água. Respondendo as suas indagações posso lhe afirmar que sou um homem que pode mudar qualquer realidade, por mais dura que ela seja, desde que os homens estejam dispostos a mudanças em sua vida, todos tem o livre arbítrio.
- Como vou pedir ajuda a um estranho, se não sei quem é o senhor.
- Esse estranho que vos fala está em todos os lugares, de várias maneiras e situações, onde tudo vê e sabe das dificuldades que cada um enfrenta. Basta ter Deus no coração.
As palavras iam caindo fortes como os pingos da chuva, e rachavam o solo do coração do senhor Joaquim. Que lentamente caia em si. E com os olhos quase lacrimejando e voz embargada fala ao nobre homem.
- Meu Deus e senhor! Perdoa pelas palavras duras desse homem grosso,estúpido e rude que fechou as portas do coração, e não deixou que tu morasse nesse humilde lar.
- Joaquim, eu entendo a tua angústia e tua dor. Sei que não é só tu que sofre, no entanto quero falar que já te perdoei desde o primeiro instante que pisei nestas terras. Como falei, eu estou em todos os lugares e em diversas situações para testar o homem, e vê se ele é capaz de amar o próximo. De hoje em diante viverás dignamente nesta terra, dela tirarás o sustento para tua família viver feliz. Não esqueça,o amor de Deus em primeiro lugar.
Sei que não é o nome de um lugar que vai solucionar todos os problemas, mas mudanças devem existir, e é assim que “Pedaço de Amor” deve ser fortalecido, pela luz divina. Queimados é como cada um de nós, em seu nome não deve ter o brilho e a alegria para pulsar, mas sem vida ninguém vive, é preciso que haja água para florir, e a terra fica harmoniosa, lembrando sempre da fé, que o homem dependendo da posição social ele tem seu valor, não importa o valor, basta ter dignidade.
-Não devemos perder a esperança, nada é difícil, temos que ser forte, se medirmos esforços saberemos o quanto nosso tempo é valioso.
Um mês se passou e Joaquim só lembrava do que ouvira do nobre homem de fala mansa, e que trazia consigo a calmaria e bonança.À medida que o tempo passava ele ficava mais fortalecido na fé e esperança, e desde então, não baixou a cabeça. Lembrando sempre, quem espera alcança. Onde aquele que acha que seu solo está seco, pode ter a surpresa da chuva para brotar os frutos da vida.
(Manuel Lima)
As plantações de mandioca, batata doce, melancia e entre outras, não tinham forças para germinarem, os grãos que foram guardados de feijão, milho e farinha estavam chegando ao fim.
E é aqui, cercado pelo quase verde do cerrado,da caatinga e na grande abundância do xique-xique, que mora o senhor Joaquim, em um simples casebre feito de madeira nativa, e coberto com palhas de coqueiro, homem que pela idade de quarenta e dois anos, estar além do seu tempo, totalmente envelhecido pela dura vida que leva para sobreviver com sua esposa Amélia, uma mulher jovem de trinta e oito anos, meio esquálida, mas ainda emoldura uma bela face com dois maravilhosos olhos verdes-claro, que dessa união nasceram três filhos.
A luta é sempre constante para extrair do pequeno pedaço de chão que herdara de seu pai, e assim tirar o sustento da família. Mesmo assim levanta-se todos os dias por volta das cinco horas da manhã, com seu filho mais velho, o Raimundo, um jovem de dezessete anos, que devido as circunstância de sua realidade, nunca fora a escola,desde os sete anos foi praticamente obrigado a lidar com o cabo da enxada, seu único lápis, que no chão vai traçando uma história que alguém jamais quer escrever.
O dia estava um calor de rachar os miolos, a desesperança era o que brotava nos franzinos corpos de dois bravos guerreiros da caatinga. Mas Raimundo estava quase sem forças, e no vai e vem da enxada leva a manga da camisa à testa, e pergunta com voz fraca ao pai.
- Pai, quando é que nóis vai ter água da chuva pra moíá nosso chão? O pai que estava totalmente desacreditado disse:
-Fio, será que Deus tem pena de nóis? Oia, que eu já fiz de tudo pra nossa famia não morrer de sede e fome.
Sob o sol escaldante, e em meio a terra seca eles prosseguiram arando, e com um único pensamento: terem o seu próprio sustento.Senhor Joaquim faz uma pequena pause para tomar água debaixo de um enorme e velho cajueiro.Ofegante e sem fôlego pega a cabaça, uma caneca e despeja alguns pingos de água para matar a sede, enquanto Raimundo sustentar firme o cabo da enxada como numa dança compassada.Neste mesmo dia que estava apenas começando, caminha com passos firmes um emblemático e misterioso homem, aparentado calma e serenidade, à medida que trás paz na fala. Enquanto segue pelos caminhos sinuosos de Queimados um vento suave é exalado por todo povoado , como se fosse um bálsamo, mas ao mesmo tempo o distinto homem fica perplexo com o que a sua vista alcança, e de longe avista o pequeno terreno e prossegue a sua caminhada, e para enfrente ao passadiço que levava ao roçado.Parou,franziu a testa, e avistara um homem que mais parecia um ancião sentado debaixo do cajueiro, com o olhar fixo e distante do seu solo tão querido, quando de repente se assusta com a voz que dizia:
- Moço, por que essa terra e seus moradores estão tristes e moribundos?
Seus pensamentos são interrompidos, seu coração bate acelerado, no susto eleva a caneca à boca para jogar dentro do corpo a última gota de água que existira, assim podia acalmar o nervosismo. E responder com o semblante desfigurado e olhos quase fechados devidos a luz forte do sol na direção em que se encontrava o visitante.
-Quem o senhor pensa que é, pra achegar assim dessa maneira? Quase morro afogado nessa caneca de água.O homem não levara muito em conta os modos do senhor Joaquim, apenas alargou um franco sorriso,abriu as mãos, encolheu a cabeça sobre os ombros e repete as palavras para tirar a sua dúvida.
- Eu só gostaria de saber porque as pessoas deste lugar estão moribundas, esquálidas...
- Esqua... o quê?
- O que eu quis dizer é que as pessoas estão magras.
Senhor Joaquim olhou no semblante do homem, e do seu modo simples, da roça e de quem nunca conheceu as letras respondeu:
- Oia aqui moço, num carece falá enrolado, nóis tá precisando é de água pra moía nossa terra, pelo menos da chuva. Já tem tempo que tamo tentando prantar e nada vinga, eu não sei mais o que dá pros meus fios, e num exeste outro trabaio.
Após ter ouvido o senhor Joaquim o homem prontamente desfiou.
- O senhor já ouviu falar em amor e perseverança para prosseguirmos com mais entusiasmo e acreditarmos que tudo é possível quando temos fé? Não me leve a mal, mas primeiro devemos mudar o nome deste lugar.Segundo pesarmos em nosso pai maior que é Deus, assim todos terão esperança para que possam alcançar essa graça tão esperada nas lavouras, e delas tirarem o seu próprio sustento.
Com um punhado de terra seca na mão, sol escaldante e sustentado sobre a enxada senhor Joaquim ouvira tudo, mas responde do seu jeito rude.
- Mas uma vez eu pregunto.Quem o moço pensa que é, pro mode chegar dessa maneira como se fosse o dono dessa terra, e fala que quer mudar o nome de Queimados? Nóis precisa é de comida,água e terra boa pra prantação e vivê em paz como todo cristão.
Com voz serena o distinto homem responde.
- Meu caro e bom homem, eu entendo a sua angústia e desesperança.Agora entenda que é preciso que nasça dentro de cada um deste lugar a semente do amor, onde será lançada à terra e dela vermos os campos florirem, onde poderão colher e dividir o pouco que cabe a cada um.
- Oia, eu posso até ser um pouco fraco das letras, mas é disso que tamo precisando, e até hoje ta fartando na mesa de nóis, e no coração dessa gente como o senhor falô.
Tranquilamente o homem firmou nos olhos do senhor Joaquim e perguntou.
- O senhor tem fé? Acredita em Deus?...
A conversa é bruscamente interpelada pelo senhor Joaquim como se estivesse sido ofendido.
- Ter fé? Se acredito em Deus? Moço, faz tempo que ele abandonou a gente. Ispia a nossa terra,as pranta teimam em nascer e não tem força, do mesmo jeito semo nóis.Chuva, essa nem no natal.
E o homem insiste mais uma vez.
- O senhor acredita em Deus ? Se acreditares estais trazendo esperança e amor para o teu coração. Com a tua fé, Deus vai estar mais próximo dos seus propósitos,que é ver este lugar todo florido, as pessoas de largo sorriso, onde a tristeza será mera lembrança. Que Queimados poderá se chamar “ Pedaço de Amor”.
- Oxente ! Por que o senhor faz questão de muda o nome desse lugar? Eu acho que num carece de mudar, e se mudar o nome, esta terra vai brotar tudo o que nóis prantar, encher meu bucho, e o bucho desse povo? Não, deve de tá com os miolo trocado, doido varrido. Um louco.
Raimundo que só ouvira e não falara nada, soltou a enxada e saiu em disparada a seu pai e o visitante, e lhe implora de joelhos.
- Deixa pai, quem sabe ele seja um bruxo...
Senhor Joaquim enfurecido com o que filho falara fita-o nos olhos e diz.
- Não diga bestagem seu desmiolado! Nóis num tá precisando de um bruxo, muito menos de um curandeiro.
Ele se volta para o homem com os nervos a flor da pela e enfrenta-o dizendo.
- Viu o que o senhor fez, falando bobage na frente desse disajuizado. Afinal de contas quem é o senhor? Por que quer mudar assim de uma hora pra outra o nome de Queimados, pra sei lá o quê....
- Calma, o senhor está muito nervoso. Tome um pouco de água. Respondendo as suas indagações posso lhe afirmar que sou um homem que pode mudar qualquer realidade, por mais dura que ela seja, desde que os homens estejam dispostos a mudanças em sua vida, todos tem o livre arbítrio.
- Como vou pedir ajuda a um estranho, se não sei quem é o senhor.
- Esse estranho que vos fala está em todos os lugares, de várias maneiras e situações, onde tudo vê e sabe das dificuldades que cada um enfrenta. Basta ter Deus no coração.
As palavras iam caindo fortes como os pingos da chuva, e rachavam o solo do coração do senhor Joaquim. Que lentamente caia em si. E com os olhos quase lacrimejando e voz embargada fala ao nobre homem.
- Meu Deus e senhor! Perdoa pelas palavras duras desse homem grosso,estúpido e rude que fechou as portas do coração, e não deixou que tu morasse nesse humilde lar.
- Joaquim, eu entendo a tua angústia e tua dor. Sei que não é só tu que sofre, no entanto quero falar que já te perdoei desde o primeiro instante que pisei nestas terras. Como falei, eu estou em todos os lugares e em diversas situações para testar o homem, e vê se ele é capaz de amar o próximo. De hoje em diante viverás dignamente nesta terra, dela tirarás o sustento para tua família viver feliz. Não esqueça,o amor de Deus em primeiro lugar.
Sei que não é o nome de um lugar que vai solucionar todos os problemas, mas mudanças devem existir, e é assim que “Pedaço de Amor” deve ser fortalecido, pela luz divina. Queimados é como cada um de nós, em seu nome não deve ter o brilho e a alegria para pulsar, mas sem vida ninguém vive, é preciso que haja água para florir, e a terra fica harmoniosa, lembrando sempre da fé, que o homem dependendo da posição social ele tem seu valor, não importa o valor, basta ter dignidade.
-Não devemos perder a esperança, nada é difícil, temos que ser forte, se medirmos esforços saberemos o quanto nosso tempo é valioso.
Um mês se passou e Joaquim só lembrava do que ouvira do nobre homem de fala mansa, e que trazia consigo a calmaria e bonança.À medida que o tempo passava ele ficava mais fortalecido na fé e esperança, e desde então, não baixou a cabeça. Lembrando sempre, quem espera alcança. Onde aquele que acha que seu solo está seco, pode ter a surpresa da chuva para brotar os frutos da vida.
(Manuel Lima)
domingo, 13 de junho de 2010
Esta fruta é o Araticum
Do tupi arati'ku.Designação comum a
diversas plantas da família das ano-
náceas, muitas das quais produzem
frutos comestíveis muito apreciado
pelo povo. Inúmeras são as espécies
e variedades de araticum. Entre as comestíveis
podemos citar:araticum-alvadio,araticum-de-areia,
araticum-cagão,araticum-cotiça( de cujas raizes
são feitas bóias e flutuadores para rede
de pesca.Onde podemos encotrar no cerrado
do Ceará, e as margens de rios.
Fonte:Livro dos Alimentos.Paulo Eiró
Gonçalves.books.google.com
Foto:Manuel Lima
Uma bela paisagem!
Rio Jaguaribe, uma artéria que está
no corpo da bela cidade de Aracati.
Este ponto que podemos observar era o
antigo Porto dos Barcos,daqui saiam
muitos pescadores em busca da sobrevivência
e o sustento de suas famílias.
Entre os anos de 1972 e 1973,o rio passou
um longo periodo seco, onde podia-se caminhar
tranquilante em seu solo.Dai então foi considerado
o maior rio seco do mundo.
Foto:Manuel Lima
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Lua Cheia
Quando vejo a lua cheia
Sigo a te buscar
Pelas ruelas da cidade
Que nos convida a amar,
E nos incendeia
De tanta felicidade.
Onde estás
Que não te vejo?
Que junto com o desejo
E a saudade de tanto te querer
Não esqueci o beijo
Que deixei no teu ser.
Então, na grande rua
Despi meu peito
E deixei a alma nua,
E que assim fosse feito
O que a tua alma insinua.
Com o verbo amar
Amei,
E ao tomar teu corpo
Entei no êxtase, e pensei:
Solo fértil, bem cuidado;
Terra antes não pisei.
E o vento por testemunha
Disse, dancei!
Também,ninguém se opunha,
Por isso, me calei.
Na grande rua cálida
A olhar a lua pálida
Não gritei.
Foto e poema:Manuel Lima
Pedra do Suspiro da Baleia
domingo, 30 de maio de 2010
Hora da brincadeira
É hora da brincadeira
é hora da animação,
vamos pular fogueira
e esquentar o coração.
Vamos lá Pedro
vamos lá João
cadê Antônio
que não está neste salão?
Antônio está lá fora
tomando quentão
e cinvidando Aurora
pra tirar o pé do chão.
Nesta festa junina
tem que ter mulher,
só assim a gente se anima
arrastando o pé.
Fazendo dois pra lá
fazendo dois pra cá,
com um fungado no cangote
até o sol raiar.
Manuel Lima
é hora da animação,
vamos pular fogueira
e esquentar o coração.
Vamos lá Pedro
vamos lá João
cadê Antônio
que não está neste salão?
Antônio está lá fora
tomando quentão
e cinvidando Aurora
pra tirar o pé do chão.
Nesta festa junina
tem que ter mulher,
só assim a gente se anima
arrastando o pé.
Fazendo dois pra lá
fazendo dois pra cá,
com um fungado no cangote
até o sol raiar.
Manuel Lima
Súplica de um sertanejo
Valei-me minha nossa Senhora
nessa hora de aflição,
não sei o que é de mim agora
e toda minha famiação.
Meu sertão tá ameaçado
e toda minha prantação,
não tenho mais roçado
nem mio e nem feijão,
morreu todo o meu gado
o meu último quinhão.
Só te peço minha santinha
que nesse momento de dor
faça cair um chuvinha,
e nessa terra nascer fulô.
Sei que um homem com pecado
só procura a salvação
quando vê tudo acabado
rezando ligeiro uma oração.
Sei que fome e seca não combina,
pode atá ser minha sina
viver nesse torrão.
Aqui termina
a minha humilde oração,
enxugando oios com a manta
e suplicando a minha santa,
mãe do meu sertão.
Manuel Lima
nessa hora de aflição,
não sei o que é de mim agora
e toda minha famiação.
Meu sertão tá ameaçado
e toda minha prantação,
não tenho mais roçado
nem mio e nem feijão,
morreu todo o meu gado
o meu último quinhão.
Só te peço minha santinha
que nesse momento de dor
faça cair um chuvinha,
e nessa terra nascer fulô.
Sei que um homem com pecado
só procura a salvação
quando vê tudo acabado
rezando ligeiro uma oração.
Sei que fome e seca não combina,
pode atá ser minha sina
viver nesse torrão.
Aqui termina
a minha humilde oração,
enxugando oios com a manta
e suplicando a minha santa,
mãe do meu sertão.
Manuel Lima
Moleque traquino
Oh,seu Justino
mandei meu menino
pro mode comprá,
um quilo de farinha, pra nóis armoçá.
Já faz mais de uma hora
que mandei ele correndo,
e não sei o que é dele agora,
e estou quase morrendo.
Tenha carma seu Raimundo,
não tem bada nesse mundo
do que ter pasciência,
entonce lhe digo com consciência.
Seu moleque saiu
que nem vento pegava,
ainda pra mim sorriu,
dizendo que seu pai lhe esprava.
Saiu de porta a fora
gritando: - vou embora
com um quilo de farinha
que na sua casa não tinha.
Num se avexe não,
e nem fique aflito,
sucegue o coração,
esse bicho esquisito.
Seu Justino até mais vê,
foi bom mesmo saber
do meu Severino,
aquele moleque traquino.
Manuel Lima
mandei meu menino
pro mode comprá,
um quilo de farinha, pra nóis armoçá.
Já faz mais de uma hora
que mandei ele correndo,
e não sei o que é dele agora,
e estou quase morrendo.
Tenha carma seu Raimundo,
não tem bada nesse mundo
do que ter pasciência,
entonce lhe digo com consciência.
Seu moleque saiu
que nem vento pegava,
ainda pra mim sorriu,
dizendo que seu pai lhe esprava.
Saiu de porta a fora
gritando: - vou embora
com um quilo de farinha
que na sua casa não tinha.
Num se avexe não,
e nem fique aflito,
sucegue o coração,
esse bicho esquisito.
Seu Justino até mais vê,
foi bom mesmo saber
do meu Severino,
aquele moleque traquino.
Manuel Lima
sexta-feira, 28 de maio de 2010
ABC da Natureza
A - A vida está ameaçada
com o ar poluido,
o homem não faz nada
para mudar esse sentido.
B - Bons momentos ele passou
em perfeita harmonia,
e hoje no seu dia a dia
vove um horror.
C - Catástrofes e calamidades
o mundo enfrenta,
não importa o país e a cidade
onde chega a tormenta.
D - Destruido o planeta fica
pela sua ganância
onde ecoa seu grito
que passou sua ignorância
E - Embora ele queira mudar
essa grande realidade,
assim é dificil resgata,
a cara da sociedade.
F - Flora e fauna ameaçada
um ambiente doente,
essa é uma enrascada
e animais descontentes.
G - Geleiras se desprendem
e águas vão aumentando,
e muitos não entendem
o que estão passando.
H - Hoje poucos se preocupam
com o meio ambiente,
outros se desculpam
com sua atittude inconseqüente.
I - Imagine essa terra
daqui a alguns anos,
vivendo grandes guerras
com percas e danos?
J - Juntos podemos mudar
essa terrível história,
basta nos conscientizar
e atingirmos a glória.
L - Liberdade de expressão
todos nós temos,
não faã do mundo lixão,
pois assim sofreremos.
M - Mares em abundância
e rios se poluindo,
com nossa intolerância,
e a vida se esvaindo.
N - Natureza pede ajuda
com bichos em extinção,
e a humanidade não muda,
só age com má intenção.
O - Onde estão as matas?
O verde está sumindo.
Onde o homem só desmata
e beleza se destruindo.
P - Poluição é um problema
que ao mundo atinge,
esse é um dilema
que a muitos aflinge.
Q - Quem quer ver o sofrimento
do nosso verde,
e até o tormento
de alguém pra matar a sede?
R - Repense antes de jogar
lixo nos rios e lagos,
desse jeito pode causar
poluição e estragos.
S - Salvai! Aboca grita.
escutem os meus ais,
se alguém acredita
na salvação dos animais.
T - Tempo nós temos
pra reverter a situação,
juntos nós traremos
à tona uma solução.
U - Uma boa esperança
temos que ter,
assim como a criança
que está pra nascer.
V - Vidas não podem acabar
sem água pra beber,
nós temos que racionar
se quisermos sobreviver.
X - Xexéu está assustado,
e cantando diz:
o homem é culpado
pela feridas do meus país.
Z - Zangada está anatureza
porque vive um drama,
e ela diz:- estou perdendo a beleza
que do meu corpo se derrama.
Manuel Lima,Eulene Pereira,Ilnar Cardoso,
Rose Maciel,Alexsandra Amaral
Alunos do Curso de Português da UVA
( Universidade Estadual Vale do Acaraú )
Aracati-Ceará - 2008
Foto:Manuel Lima
sábado, 22 de maio de 2010
Mãe, chama ardente.
Mãe, a tua chama ardente
aquece o meu coração!
E é através desta chama
que estou vivo
para seguir os teus passos
e os teus ensinamentos.
Porque sei que tu tens
a sabedoria de um rei,
que sabe governar.
Porque sei que tu tens
o sabor de um fruto doce,
e a doçura de me educar.
Porque sei que tu tens
na alma leve
o cheiro fino da flor
que estar em teu ser,
e pelo qual eu provei,
como o beija-flor
procura o nécta das flores.
Porque sei que tu tens
e recebeste do criador
a mais sublime missão
que é o dom da vida,
e gerar outro semelhante
para amar, e dar amor.
Manuel Lima
Êta Fortim arretado!
Êta grande festança
no arraiá do Fortim!
Aqui todo mundo dança
com o sanfoneiro arretado
o passo do miudim,
tem casal colado
que não passa mosquitim.
Entonce dança com alegria
e muita animação
procurando sua Ana ou Maria.
Mas cuidado cabra! Tenha educação.
Pois ocê é espiciá
nessa grande tradição
do nosso arraiá.
aqui nois tem arrastapé
e muito quentão
envorta tá cheio de muié
rodopiando no salão.
vamos lá minha gente
isquentá o coração,
que há muita coisa pela frente.
entonce vamo aproveitá
escuitando o que vou dizê,
se ocê qué casá,
tem santo casametêro,
isso digo pra ocê,
que acredita e é brasileiro,
basta a simpatia fazê.
dizem que pro casório
a moça deve pulá fuguêra,
e é bem notório
que nessa brincadeira
ela pega uma faca,
e como ofertório
tem que enfiar na bananêra.
e ocê ai, fez sua adivinhação?
entonce faça da aliança,
dizem que não é supertição.
mas se ocê tem esperança,
e um amô qué arrumá,
tenha muita confiança,
que o resultado virá.
tem recadinho do amô
para os apaixonado,
e pra quem nunca namorô.
ou quem sabe do seu lado
tá aquele ou aquela
que ocê sonhou,
ficando com os oio arregalado.
e arroxando o nó
arguém de fora grita.
num pode fartá forró,
e o pau de fita!
e pro mode ficá mió
tem qui tê quadria,
onde a moçada se agita.
e desde o tempo de menino
eu escuito falá,
que os festejos junino
é festança tradicioná,
e que o veio Saturnino
é conhecido pelo povo,
por sê um home populá.
nestes festejos ocê vai encontrá
muita coisa de cumê,
e pra tomá.
se ocê qué bebê,
nois tem aluá,
coisa boa pode crê,
basta ir na barraca comprá.
oia, certa vez arguém contô,
e essa é de admirá.
dizem que um afamado dotô
da grande capitá,
viu um pé-de-moleque,
e um pedaço foi comprá,
e diche:-posso pagá com cheque?
é, com home cheio de pabulage
não quero rapapé,
pois mancha sua image
até pra uma muié.
e sei que ninguém merece,
mas é o que acontece
em quarqué quermesse.
mas o que há de fazê?
a festa é da mutidão,
e ninguém pode escuiê
entre a cidade e o sertão,
eles vem de todo lugá,
que dirá um esnobe ricão
que festa qué apreciá.
mas vamo embora
e deixá de tanta prosa,
pois tá passando a hora
que combinei com Rosa,
de ir pra festança
na fazenda Esperança
da cumade Generosa.
nois vai pro meio do salão
dançá bem agarradim
pegando sua cinturinha de pilão,
e despois nois vai pro escurim,
dá cheiro no cangote,
e falá que tá a fim
de dançá um bom xote.
e pra ela eu vou dizê,
nois fica até de manhã
fazendo um bom jabaculê,
sei que não é minha irmã,
isso digo pro'cê,
nois é casal de namorado
vamo nosso casamento fazê?
eu aproveito a festança
e os convidado,
boto no seu dedo uma aliança,
chamo o pade que tá ali do lado,
ainda pego aquela criança
pra ser dama de honra,
casa comigo, que tô apaxonado!
eu como cabra da peste
ouvi meu avô falá,
que em todo nordeste
todos qurem um santo homenagiá,
e que em quarqué parte do Brasil, e agreste
tem um santo pra nos alumiá.
entonce vou começá
falando pro'cê,
é só me acompanhá
se quizè sabê,
que tem Santo Antônio, São João
e São Pedro que nos dá a proteção,
é só seu pedido fazê.
e eu não me acabrunho
em publico dizê,
que no mês de junho
Fortim, tem santo pra lhe protegê.
e ainda sem medo
digo que é São Pedro
pra nos bendizê.
aqui nois reza novenna
pedindo ao santo paiz e amô,
vendo que vale a pena
pedir com muito fervô
a São Pedro, que é protetô,
que livre o povo das cena
de guerra e horrô.
e outra que não posso esqucê,
isso deixo bem claro,
e sei que meu amigo qué sabê,
que Nossa Senhora do Amparo
é mãe e verdadera,
e ainda lhe falo
que ela é nossa padroeira.
ei, deixe de preguiça!
tá chegando o fim,
quero lembrá que tem missa
na igreja do Fortim,
e não se inibe,
quero ocê na procissão
com São Pedro no Rio Jaguaribe.
aqui nois tem tradição,
alegria e muita garra,
pra dançá com satisfação.
e nois da Escola da Barra
viemo de bom grado
e cheio de animação,
pra o arraiá com educação.
Manuel Lima
quinta-feira, 20 de maio de 2010
A forma de transformação.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Um fim de tarde!
Pedra do chapéu
Flor da chanana
segunda-feira, 17 de maio de 2010
É hora de refletir.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Todos tem seu lugar.
Dr. Mallet
Seu campo de operações foi a cidade de Aracaty e durante sua existência ali como cliniconão não se lhe conheceu um insucesso em obstetricia.
Morava à Rua do Commercio e com filhos.Tinha um creado, tido como morphetico, o que não o impedia de carregar nos braços os filhos do amoou patrão.Era este, com certeza, um anti-contagionista.
O Dr. Mallet, que faleceu em 1856 de febre amarella e foi sepultadoa a um lado da Igreja Matriz, era o typo do medico caridoso, do phillantropo. Ninguém por mais miseravel que fosse jamais bateu de balde à sua porta requerendo os serviços de sua nobre profissão; muita vez, em noite avançada, regressava à casa, enxarcado, com lama até os joelhos, depois de um percurso de milhas pela viagens do Jaguaribe no intuito de levar aos enfermos o socorro de sua luzes e o dinheiro para compras dos remedios.
Dizia o boticario Teixeira Castro, testumunha do seu altruismo, que na Praça da Gamboa devia estar levantado um monumento a Mallet de preferncia ao que lá existe commemorando a visita pastoral do Bispo D. Luiz.
Fonte: Estrangeiros e Ceará, 2ª edição. Coleção Mossoroense, v. CCXLIX, 1983( Barão de Studart)
Morava à Rua do Commercio e com filhos.Tinha um creado, tido como morphetico, o que não o impedia de carregar nos braços os filhos do amoou patrão.Era este, com certeza, um anti-contagionista.
O Dr. Mallet, que faleceu em 1856 de febre amarella e foi sepultadoa a um lado da Igreja Matriz, era o typo do medico caridoso, do phillantropo. Ninguém por mais miseravel que fosse jamais bateu de balde à sua porta requerendo os serviços de sua nobre profissão; muita vez, em noite avançada, regressava à casa, enxarcado, com lama até os joelhos, depois de um percurso de milhas pela viagens do Jaguaribe no intuito de levar aos enfermos o socorro de sua luzes e o dinheiro para compras dos remedios.
Dizia o boticario Teixeira Castro, testumunha do seu altruismo, que na Praça da Gamboa devia estar levantado um monumento a Mallet de preferncia ao que lá existe commemorando a visita pastoral do Bispo D. Luiz.
Fonte: Estrangeiros e Ceará, 2ª edição. Coleção Mossoroense, v. CCXLIX, 1983( Barão de Studart)
terça-feira, 4 de maio de 2010
Uma das descobertas...
Dois aracatienses ilustres,quanta honra tê-los...
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Água corrente...
Me dê licença
Me dê licença
Quero entrar
Para falar com você,
Quero sentir tua presença,
Pois tenho algo a lhe dizer,
Espero que me compreenda
E possa então me entender.
Eu sou o sol
Que adentra a tua casa,
Sou a luz e o amor,
Levo pra longe a tristeza
E amenizo a dor.
Me dê licença
E obrigado
São palavras fundamentais,
Mas nós seres humanos,
As tornamos banais.
Manuel Lima
Quero entrar
Para falar com você,
Quero sentir tua presença,
Pois tenho algo a lhe dizer,
Espero que me compreenda
E possa então me entender.
Eu sou o sol
Que adentra a tua casa,
Sou a luz e o amor,
Levo pra longe a tristeza
E amenizo a dor.
Me dê licença
E obrigado
São palavras fundamentais,
Mas nós seres humanos,
As tornamos banais.
Manuel Lima
Esperança
Por que a esperança chegou
E eu fiquei aqui?
Por que a esperança
Não bateu em minha porta
Para eu abrir?
Ficou lá fora,
Sentada em frente a minha casa
Fazendo sentinela à porta,
Sabendo que era hora
De escancará-la
E dizer:-sai, o mundo te espera!
Não deixes que a solidão
Deste cômodo que te aprisiona
Consuma-te por inteiro.
Eu garanto que o sol que tens aqui fora,
Não é igual ao que tens ai dentro.
Manuel Lima
E eu fiquei aqui?
Por que a esperança
Não bateu em minha porta
Para eu abrir?
Ficou lá fora,
Sentada em frente a minha casa
Fazendo sentinela à porta,
Sabendo que era hora
De escancará-la
E dizer:-sai, o mundo te espera!
Não deixes que a solidão
Deste cômodo que te aprisiona
Consuma-te por inteiro.
Eu garanto que o sol que tens aqui fora,
Não é igual ao que tens ai dentro.
Manuel Lima
Anjos e Poetas
Anjos e Poetas
Que a vida seja sublime!
E os amantes saibam
O sentido dela.
Onde o beija-flor faz o beijar
E o néctar o despertar
Para o enlace de dois caminhos
Que se cruzam.
Pois quando falo de amor
Falo pela boca dos anjos e dos poetas.
E que eu tenha dois olhos:
O do coração e o da razão,
Que incessantemente estes nos diz tudo,
Até quando devemos ver
Um novo amanhecer,
Sem mentiras e sem falsas palavras.
Então, navegar foi preciso
Para estar nas águas do teu mar,
Por isso, cruzei mares e oceanos
Manuel Lima
Amanhã
Quando o sol surgir
E aquecer teu coração
Pense no amanhã que se levanta,
Pois nada é feito de ilusão.
A humanidade precisa de você,
Não esconda seus sentimentos,
Permita que o desejo
Toque em sua alma
Nas primeiras horas
Que faz o dia.
Antes que tudo se acabe,
Antes que teu corpo
Perca o beijo,
Perca o amor
E a paixão.
Manuel Lima
E aquecer teu coração
Pense no amanhã que se levanta,
Pois nada é feito de ilusão.
A humanidade precisa de você,
Não esconda seus sentimentos,
Permita que o desejo
Toque em sua alma
Nas primeiras horas
Que faz o dia.
Antes que tudo se acabe,
Antes que teu corpo
Perca o beijo,
Perca o amor
E a paixão.
Manuel Lima
sábado, 1 de maio de 2010
sexta-feira, 30 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
Um museu a céu aberto.
Recomece Sempre...
Recomece Sempre...
Observe a natureza,
tudo nela é recomeço.
No lugar da poda, surgem broto novos.
Com a água, a planta renasce novamente.
Nada para. A própria terra
se veste arferentemente
todas as manhãs.
Isso acontece também conosco.
A ferida cicatriza.
As dores desaparecem.
A doença é vencida pela saúde.
A calma vem após o nervosismo.
O descanso restitui as forças
RECOMECE! ANIME-SE!
Se preciso, faça tudo novamente.
ASSIM É A VIDA!
Observe a natureza,
tudo nela é recomeço.
No lugar da poda, surgem broto novos.
Com a água, a planta renasce novamente.
Nada para. A própria terra
se veste arferentemente
todas as manhãs.
Isso acontece também conosco.
A ferida cicatriza.
As dores desaparecem.
A doença é vencida pela saúde.
A calma vem após o nervosismo.
O descanso restitui as forças
RECOMECE! ANIME-SE!
Se preciso, faça tudo novamente.
ASSIM É A VIDA!
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